quarta-feira, junho 28, 2006
O Perdão
É importante diferenciá-los, a inveja trata de desejar a fundo algum bem ou posição que outra pessoa tem, ou ocupa, ao ponto de odiar essa pessoa por o fazer em nosso lugar. Ciume é a sensação de nos sentirmos em segundo lugar, face a outra pessoa que tem mais do afecto de alguém que amamos, do que nós próprias.
Mas confundem-se um com o outro. Perdemos a noção de se invejamos apenas o afecto, ou a posição que a outra pessoa obtém, junto a outra que é particularmente importante para nós. Ou a sorte que teve. Ou cada momento que vemos, num sitio que nos devia pertencer a nós, no nosso lugar, no lugar que sonhámos para nós. E há medida que nos afastamos cada vez e mais e mais, maior é a raiva, mais próximo os vemos, impotentes, sentimonos no fundo um pouco tristes, pelo ridicilo que é a situação. Mas...
Há dias falei com uma amiga minha que me explicou o quão absurdo e imaturo, ter-se uma raiva imensa a alguém. Sobretudo por um motivo destes. Ainda que em traição, provavelmente melhor estarei eu do que ele. Pelo que fiz, e pelo que faço, pelo que sou, acho que não faz sentido não perdoar a situação e tentar recuperar, com as ditas precauções, a amizade e a confiança. Pelo menos pelo meu lado.
Pedro, estás desculpado. Oficialmente. Por mim, continuamos amigos, tanto quanto eu conseguir. Feito?
Um grande beijinho para ti
Poesia?
Cores
Pensar em azul, verde e amarelo.
Manoel Maria de Barbosa du Bocage
Canto a beleza, canto a putaria
De um corpo tão gentil como profano;
Corpo que, a ser preciso, engoliria
Pelo vaso os martelos de Vulcano;
Corpo vil que trabalha mais num dia
Do que Martinho trabalhou num ano,
E que atura as chumbadas e pelouros
De cafres, brancos, maratás e mouros.
Indecisões
terça-feira, junho 27, 2006
Portanto, com a redução do número de deputados vários problemas poderiam ser, em parte, resolvidos:
- A despesa pública
- Os níveis de corrupção
- A quantidade de deputados que exercem outras profissões, prejudicando assim o País, obviamente
Chefe de Estado
Um Chefe de Estado que mantém um Procurador Geral que viola a lei em funções e só se preocupa com a demissão dos seus inimigos politicos pessoais não é de certeza um Chefe de Estado.
Um Chefe de Estado é muito mais:
Um Chefe de Estado não emite opiniões favoráveis ou desfavoraveis sobre partidos politicos.
Um Chefe de Estado não se rodeia de seguidores.
Um Chefe de Estado é o Chefe dos seus seguidores e dos seus opositores.
Um Chefe de Estado não discute ou presta declarações em praça pública sobre questões de Estado.
Um Chefe de Estado não proclama vitórias quanto a guerras internas.
Um Chefe de Estado é sempre um moderador.
Um Chefe de Estado envia para os Tribunais todas as suspeitas de crime sobre qualquer cidadão.
Um Chefe de Estado não dá sentenças ou condenações.
Um Chefe de Estado houve o povo através de eleições ou de referendos.
Um Chefe de Estado garante a unidade nacional.
Um Chefe de Estado é o Chefe de todos os cidadãos sem excepção. "
Krazy Glue
Parem com o lavar de roupa suja dos tempos da resistência onde todos cometeram erros graves e foram simultaneamente protagonistas da história da libertação.
A história da resistência pertence ao passado.Parem com os protagonismos de líderes de resistência e de Prémios Nóbeis.
Porque lideres foram todos os que morreram e lutaram pela independência.
Prémios Nobeis todos deveriam ter recebido porque todos lutaram contra a violência indonésia e pela paz em Timor.
Agora trata-se do presente e do futuro de Timor-leste e de assegurar a soberania, a paz e estabilidade pela qual tanta gente morreu e vocês os lideres, os prémios nobeis continuam vivos e mostram-se actualmente incapazes de honrar os mortos."
http://www.timor-online.blogspot.com/
Liberdade II
Iguais aos olhos da Justiça,
Bela e única.
Emotiva, sentimental...
Ri, chora em paz
De um grupo, de um indíviduo.
Além disso, além deles.
Dias passam, noites acabam
E chega ao fim, e começa.
Liberdade I
De grandes dimensões,
À qual muitos morreram,
Da qual muitos para isso viveram.
Roída, transformada, desmembrada...
Esta palavra.
Bico orgulhosamente apresentado
Como igual às grandes civilizações:
"Livres"...
Provérbio Maori
segunda-feira, junho 26, 2006
Frases de Sabedoria
domingo, junho 25, 2006
Escolhas
Pergunto-me ainda se as pessoas têm escolhas. Naquilo que querem fazer, ser e viver. Ou se as pessoas são obrigadas a conformarem-se com aquilo com que nasceram. Hoje estive com um grupo de pessoas que dizem orgulhosos daquilo que escolheram ser, quando na realidade mostravam que não tinham outra solução, e que tinham ficado com a ultima hipótese. E que o orgulho que dizem sentir, é como tentar dizer a todos que os veem "Eu quero ser assim, fui eu que quis e sou feliz" quando na realidade não é isso que aparentam.
Será que sou eu injusta, e eles dizem a verdade? Ou se calhar são pessoas que nunca lutaram o suficiente, ou acreditaram que podiam ter escolhido outra... ou ainda talvez até seja uma óptima escolha. Mas foi a sua unica hipótese
Mesmo assim, o motivo pelo qual hoje me mostrei só me dá orgulho. Não tolero a intolerancia. Mas fiquei triste, sem acreditar no quão feliz são as pessoas que estiveram hoje comigo na marcha do orgulho gay. Senti que eram pouco gay
sábado, junho 24, 2006
Especial
- Sabes porque é que tu és diferente/admiravel?
- Queres dizer especial? Não, porquê?
- Porque tu sabes, mas mesmo sabendo e dizendo que sabes, tu ofereceste para ensinar e sabes há muita gente que guarda o conhecimento só para si mas essas pessoas sao as que sabem pouco porque quem sabe muito, gosta e quer ensinar o que sabe.
- Achas que é por isso? Eu adoro ensinar, mas nunca tinha pensado que era isso...
- eu tenho quase a certeza
Se sou Especial pelo quanto que sei, e pelo quanto que posso ensinar... ao menos é por uma boa razão. obrigado
The Adventure
sexta-feira, junho 23, 2006
Despeço-me
No fundo saí de casa. A casa que naqueles momentos é o sitio onde só queremos estar, o sitio onde achamos que pertencemos acima de todas as casas do Mundo, mas com o tempo vamos sentindo menos esse conforto, até que saímos, e enfim, mudamos de casa.
Mas uma casa não é só feita pelo espaço, oua estrutura, sim por muito mais que a compõe. Acho que foram as pessoas que viveram comigo nessa grande casa, aquelas que me fizeram de facto sentir que o meu lugar era ali e só ali. A seu tempo passou também. Contudo surgem perguntas imensas, se não pudia ter ficado mais tempo, ter dado mais atenção, ter vivido mais naquela casa... No fundo são aqueles sindromes de despedida, que as pessoas satisfeitas não sentem, e eu não me dou por satisfeita, embora nem eu própria saiba porquê.
Surgem-me tantas perguntas... será que encontrarei outra casa? que voltarei a sentir-me tão confortável, como senti? será que encontro pessoas que me fazem sentir assim? ou são insubstituiveis? E será que se, poder voltar a ter tudo o que tive (porque me recuso a admitir que nada se repete) posso fazer tudo o que não fiz ainda? Se poder sou feliz. Mesmo tendo crescido.
Só tenho a certesa de que foi bom. Nem sei porquê, ou isolar na minha memória uma razão especifica... tudo aquilo que escolhi, não acredito que pudesse ter escolhido melhor. Podia era ter escolhido mais. Mas agora... Despeço-me da bela casa onde vivi toda a vida. Admito, por fim, que gostei
quinta-feira, junho 22, 2006
O Rio da Minha Aldeia
Nunca tive um diário, mas se tivesse mostrava-o a toda a gente que não conheço. Acredito sinceramente que compreendessem melhor o que eu escrevo, do que aqueles que estão próximos de mim, ou mesmo do que eu própria.
E queria falar a todos da Minha Aldeia, e do seu Rio, sobretudo aqueles que não o conhecem. Não conhecem o seu trajecto, a sua curvatura, e a sua força. Foi o Rio que levou a que se erguesse uma aldeia, e quem nunca o viu passar, ouvirá por nós as suas histórias.
E espero que gostem.
quarta-feira, junho 21, 2006
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
Alberto Caeiro