quinta-feira, setembro 13, 2007

 

16-12-95

Estás predestinado para o exito. A tua vida será um longo e amplo exito.
A menos que tu próprio tenhas quebrado um tal destino


"Ohh coméké marco?"
"tão coméké samuel?"
"Tass bem boy?"
"Vamos até ao Alcantra?
"Vamos boy, vamos até ao alcantra, mas primeiro vai haver uma daquelas festas do Dom Diniz, daquelas festas do final do periodo... tava a apensar em ir até lá e depois bazarmos até ao Alcantra"
"Então a gente vê-se lá"
"Bem boy, então a gente vê-se lá boy, aparece lá. Fica"

Fui pá boda do Dom Di e a sina era de um bom dia
Ela olhava-me mas escondia a sua admiração
E eu olhava e respondia com satisfação
Até porque eu já sabia aquilo que ela sentia
O nome dela é Sofia e pertencia á Associação
Tinha a companhia dum
Ela passou por mim só para fazer a apreciação
Perdeu a vergonha começou na aliciação
Inicia o couro com a sua mão macia
"Queres ir lá para fora onde a rua está vazia?"
"não, prefiro o meu quarto que é a 100 metros daqui, vens?"
"Só se prometeres dar-me momentos incriveis"
Ela era engraçada e a tusa era tanta
Que eu fui dizer ao Marco que já não ia ao Alcantra
Bazei, já tou no quarto com a minha parceira
Perguntou quantas damas tive, eu disse que era a terceira
E foi na boa, fomos á lua e nem vimos vénus
Eramos ingénuos, só com dezasseis anos
Na adolescencia pensamos que somos eternos
E não se pensa na concequencia dos enganos
"Ok" no final do coito eu apertei-a por um braço
E no final da noite á porta eu beijei-a na face
"Xau aí, queres que eu vá contigo?"
"Não, deixa estar, a minha casa é ali"
Desceu o prédio, nunca mais a vi
Questionei-me mas nem me preocupei assim tanto
Eu sabia que iria vê-la no segundo periodo
Voltei a vê-la em janeiro e ela puxou-me para um canto
Da sala de convivio e disse "Não me veio o periodo"
"Eu já sabia" "Eu já sabia?! Se eu soubesse não subia"
"Shiu, tem calma Sofia"
"Nesse dia ela temia e eu senti-a nervosa
"já fizeste o teste?""fiz, e ficou côr-de-rosa"
Presumi que era a côr que não devia ser vista
Não sabia o que sentir numa emoção mista
Por um lado era o medo de ser um Pai cedo
Mas por outro era o orgulho que qualquer Pai sente
E o aborto não vinha de acordo com os ideais dela
E ela sabia que por mais que ela quisesse os Pais dela
Nunca aceitariam ser avós agora
Mas a escolha é nossa, somos nós agora

"Tou-te a dizer Sofia, não te preocupes. Vamos tentar arranjar uma solução para resolver isto"
"Mas nós não temos casa, e estamos a estudar e..."
"Não interessa, não interessa. Eu falo com a minha mãe, ou vamos pa casa dos teus Pais, não interessa. Nem que a gente tenha de sair da escola, vamos trabalhar, vamos tentar arranjar algo pa sustentar a nossa sena"
" ok. Pah yah, yah, se for assim yahtou nessa"

Passou a ser a minha dama oficial
Foi dificil todo aquele drama inicial
O essencial agora é um sustento
E pôr o nosso estudo suspenso
Beneficiá-lo num acordo por extenso
Um casório num cartório sem um fato nem vestido
Só as juras de um tempo investido
No Amor e no destino como o quarto o fez
Deu-nos uma gravidez que ia no quarto mês
Mas, se houvesse um pouco mais de sensatez
As nossas vidas ainda poderiam ser as mesmas
Mas, agora é tarde de mais, a escola ficou para trás
E a ecografia apresentou um rapaz
Ponderámos Nuno, Bruno, Daniel ou Tomás
"Escolhe tu Amor,para mim tanto faz"
"Eu gosto de Daniel Mira, rima com o Pai"
Diz ela bem disposta, mas na Alfredo da Costa ela só dizia "AAAAAAAAAAIIIIIIIII"
E é quando ele sai é logo apresentado ás mamas da mãe
Com 3Kg e trezentas gramas sem problemas
Olho comovido ao vê-lo adormecido
A Sogra diz que é parecido com um tio falecido
É o ritual da parecença á nascença
Tem a visão especial de saber ver a diferença
Em sinais a ensinar-lhes pela geração anterior
Numa intuição interior de quem tem experiencia
Depois da criança nascer veio a divergencia
Vi o romance a descer em prol da nossa descendencia
Porque eu fui para casa dela, mas não fui bem aceite
Bulia para ter roupas fraldas e leite
E ao fim do dia eu vinha feito no oito
Do bules e mais á noite saía, com o Marco eu falava e reflectia
"Não foi isto que eu queria, mas foi o que eu mereci
Eu gosto de rap, até podia ser um bom MC
Mas rimas não pagam contas e eu tenho bués e estou cansado
De ir ás compras ao mercado com o Cash bem contado"
Só amava a criança, ela já não me atraía
Porque eu tirava a aliança cada vez que eu a traía
Esta é a altura em que estou a pensar em deixá-la
Porque a gente já não fala, só discute e o puto gala
Sonhos de bengala no natal a trocar prendas
Embrulhádas em embalagens, agora só são miragens
E num bar com o Marco eu disse "eu não mereci tanto azar
Se eu pudesse voltar atrás iria ao Alcantra Mar"

Como é possível mudar um destino, se eu tenho o meu e cada um tem o seu...

"Tão Samuel comékié, sempre vamos ao Alcantra?"
"Vamos vamos boy, baza. Tava aí uma chavala a flirtar com um gajo mas essas a gente fala lá todos os dias por isso baza até Alcantra"
"Yá caga nisso, vamos apanhar o"
"Olha ali um"

Demos a fuga num fugareiro que figurava
Uma verruga com o tamanho que considerava
Na 24, CBR600, eu vejo 6 e há mais
Show ace Garage com adolescentes
Que vibram com rateres e quem passa buzina
mas quem quer ver mulheres passa
Mas só bate a partir das 4 para cima
Então ainda é cedo, agora é Alcantra e a gente já se aproxima do gedo
O homem da porta privada, o homem que aborta á entrada
Leva á saída a quem se comporta de forma errada
E o Marco aborda-o por dentro porque a nossa moral
Depende de quem nos ponha lá dentro
A espera foi curta para que alguém viesse
E fizesse um sinal ao Pedro que nos desse o acesso
No interior a musica moca, sufoca-se o flash
Que pisca na pista enquanto damos a volta da praxe
Se curtes dançar e queres ter atenção
Aqui não á rodas, só tens colunas ou o balcão
Mas o Balcão é mais poh B, o Manel e as Dançarinas
Que divulgam a pele que apela á provocação
Tenho a coluna disponível, estou com disposição
Tenho toques novos hoje vou dar exposição
Mas logo a seguir á uma dama que pede pa subir
E eu não consegui fazer a exibição
Que eu queria, mas se é para (...) é bem vinda
E esta não é excepção, é bem linda!
A pussy já não está lucida, a musica alucinou-a
Roça-me a mama e eu vi-a na cama como uma leoa
Ela, tem aliança no dedo mas sem medo da dança
Num contacto sensual dá-me insegurança
Mas quer a incentive a ter iniciativa
Dá-me um kiss e cativa-me fisicamente
Enquanto ela mexe eu mexo também
Mas já vejo dez boys, olho eu desço e venho
E a chavála que eu nem sei como chamá-la e então pergunto
O nome e onde é que mora para puxar de um assunto
É a Dora dos Olivais e hoje está sozinha
Os pais estão fora e eu digo que ela é minha vizinha
A seguir ela pergunta, eu respondo mas minto
Sou Samuel trabalho na junta e já tenho vinte
Ela tem vinte e seis é muito mais madura
E quanto mais minto, ela mais curte, mais me atura
E não veio acompanhada mas tenciona levar-me para zona dela
Com um couro que funciona e um corpo que impressiona
Beija-me e menciona-me que quer-me imenso
E eu vou na conversa e penso que eu não passo
De uma conquista, de uma vitória, uma atracção aleatória
Num destino que nos uniu no mesmo espaço
O Marco passa na sala onde eu estou sentado
Com um sorriso e um acenato que diz "Tás orientado"
A minha mão bate na outra, quer dizer "vou bazar"
A cabeça dele diz "sim" e eu mostro o meu polegar
Já estamos cá fora e a Dora já não sabe o lugar
Em que deixou o bote, e quando o acha eu digo "vai devagar"
Ela já está piada, mas confessa que fica toda molhada
A guiar mais depressa, conversa fiada
É o pensamento que me vem á cabeça e eu deixo que ela acelere
Só pede se pode tocar onde ela quiser
Eu deixo o que ela quer, abrir o meu feixo eclaire
Com uma mão na direcção e a outra na minha erecção
Sou um fantoche num fetiche que adora a Dora
Um pendura que adora, explora na viatura
O taxi que me leva ao climax e eu estou quase a chegar
Ela olha-me e ...

Cada um é alvo e santo das suas influencias sabes? E entre as influencias há as boas e más, negativas e positivas

Acordo e há uma luz que encandeia
Oiço choro no fundo e tenho soro numa veia
Só me consigo lembrar de uma coluna num bar
Vem um médico que me fala na coluna lombar
Que nunca mais vou andar, porque a parti num acidente
De automóvel, em que eu fui o sobrevivente
De repente, veio-me um flashback desse dia
Se eu soubesse tinha ido com a Sofia

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