sexta-feira, junho 23, 2006

 

Despeço-me

Hoje acabou algo. Durou uma parte da minha vida muito maior do que eu esperava, e teve tanta força como nunca pensei. A determinada altura achei mesmo que era a razão de viver, e que significava tudo. Hoje não. Mas ainda assim...
No fundo saí de casa. A casa que naqueles momentos é o sitio onde só queremos estar, o sitio onde achamos que pertencemos acima de todas as casas do Mundo, mas com o tempo vamos sentindo menos esse conforto, até que saímos, e enfim, mudamos de casa.
Mas uma casa não é só feita pelo espaço, oua estrutura, sim por muito mais que a compõe. Acho que foram as pessoas que viveram comigo nessa grande casa, aquelas que me fizeram de facto sentir que o meu lugar era ali e só ali. A seu tempo passou também. Contudo surgem perguntas imensas, se não pudia ter ficado mais tempo, ter dado mais atenção, ter vivido mais naquela casa... No fundo são aqueles sindromes de despedida, que as pessoas satisfeitas não sentem, e eu não me dou por satisfeita, embora nem eu própria saiba porquê.
Surgem-me tantas perguntas... será que encontrarei outra casa? que voltarei a sentir-me tão confortável, como senti? será que encontro pessoas que me fazem sentir assim? ou são insubstituiveis? E será que se, poder voltar a ter tudo o que tive (porque me recuso a admitir que nada se repete) posso fazer tudo o que não fiz ainda? Se poder sou feliz. Mesmo tendo crescido.
Só tenho a certesa de que foi bom. Nem sei porquê, ou isolar na minha memória uma razão especifica... tudo aquilo que escolhi, não acredito que pudesse ter escolhido melhor. Podia era ter escolhido mais. Mas agora... Despeço-me da bela casa onde vivi toda a vida. Admito, por fim, que gostei

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