domingo, julho 09, 2006

 

Social


Ontem estive numa festa da dita "elite" Portuguesa, pessoas bonitas, bem vestidas e com enormes sorrisos. Em cada canto se ouvia quase como uma competição de vidas: Quem tinha feito a viagem mais exótica, comprado o vestido mais caro, a casa com mais assoalhadas, enfim, quem desfrutava de mais luxos nas suas belas e adoráveis vidinhas. Continuo a gostar de aparecer neste tipo de eventos tristes, porque me divirto, como já o disse muitas vezes, com a inverosimilidade de cada história. E conhecendo os backgrounds, conheço as mentiras, mais ainda me diverti.
A primeira coisa que eu descobri é que haviam dois tipos de pessoas naquela festa, as que contrariamente ao esperado, viviam de empréstimos e tinham as dividas como dia a dia, que eram, por muito estranho que pareça á primeira vista, pobres (mas que não o assumiam claro) e aqueles que tinham mesmo enriquecido. mas pelos meios menos dignos.
Passei por um casal que falava da filha, se ela teria 19 ou 20 no exame. Falavam sozinhos, e por trás dos seus olhos, lembrei-me das drogas da jovem, daquela vez que ela chegou a casa tão bebeda que se vomitou toda no chão, do namorado marginal, dos dramas e os complexos que pairavam no seu quarto, mas nada disto foi, claro, referido na conversa.
Doutro lado, um casal perguntou-me se eu conhecia a sua filha mais nova. Conhecendo toda a sua fama, e todos os boatos que já surgiram sobre ela e tendo já confirmado tudo isso, é normal que tenha-me limitado a sorrir.
Noutra zona da sala, discutiam a agenda social ocupada que cada um tinha, preenxida por festas e jantares semelhantes áquele. Ou o emprego que lhes dava cada vez mais trabalho, mas no qual tinham recebido mais uma promoção, desta vez - contavam - era para a admistração.
As pessoas esforçavamse por aparentar ter muito mais, felicidade ou dinheiro (serão iguais?) que as outras. Era como se pretendessem assumir um lugar sempre acima dos demais. Havia naquela festa de amigos mais rivalidade do que amizade. O marido que batia na mulher, abraçou-a na festa, enquanto esta agradecia os milagres da maquilhagem. Outra rapariga conseguio dissimular com uma operação complexa e dispendiosa a sua ausencia de cabelo. Está, financeiramente, na miséria.
As discussões de casal ficaram todas em casa. Os insultos, os ódios ás familias, nada disso entrou na bela mansão que segundo as palavras de alguém da festa teria custado mais de 500000 contos. O que seria de estranhar tendo em conta que as profissões de ambos os elementos do casal festejante, nenhum dos dois teria salários muito elevados. "Sabes, ela ganha no máximo uns 270 contos na camara, a loja só dá prejuízo e ele não deve ganhar mais do que eu!Só que, há uns anos quando o (...) era director da JAE houve um escandalo muito grande no qual ele esteve directamente envolvido. Só que conseguio sair e arranjar lugar na Mota e ninguém o apanhou, portanto nunca teve nenhum processo em cima e ficou rico como tudo".
Veêm como eu sabia?

Comments:
O povo é quem mais ordenha (qual ordena). Ah ganda povo, enquanto há povos que trabalham para terem riqueza, outros esforçam-se por destruir os seus países, para enriquecimento próprio, com a conivência, de nós todos, que não conseguimos fazer nada por nós.
 
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