sábado, julho 08, 2006

 

De novo...


Pensamos muitas vezes, e sobretudo quando temos esta idade, que as pessoas são eternas. Há pessoas que simplesmente não consigo imaginar que desapareçam, e ainda não me habituei há ideia de que aos poucos e poucos ficarei cada vez mais e mais sozinha.
Faleceu no passado dia 30 de Junho, o Engenheiro Carlos Rebocho Monteiro, o meu amigo Rebocho. O Grande Rebocho, conhecido pelo seu metro e noventa e mais de cem Kilogramas jogava Rugby há quase 30 anos. Dedicou a sua vida ao Clube de Rugby do Técnico, onde foi jogador, dirigente e treinador das equipas dos escalões jovens, tendo ainda jogado fora do país na sua juventude. Como jogador o Rebocho era implacável, pilar lendário em todos os clubes da sua epoca pela actitude e agressividade que mostrava em campo ficando recordadas na mente de todos os seus adversários "as cabeçadas" á Rebocho.
O Rebocho era meu amigo. Um pouquinho mais velho, mas compreendia os nossos problemas. Era um homem honesto e integro, leal aos seus com muita garra e força. Foi ele que me ensinou a nunca desistir, a não ter medo, a ir até ao fim e a dar tudo por tudo. Mais do que treinar jogadores, ele treinou homens, servindo em ambos os casos como modelo. O Reboxo era um Grande Homem.
Deixou duas filhas, a mais nova das quais com 15 anos. .Deixou amigos e companheiros de muitos anos, de muitas batalhas, de muitos jogos. Deixou ainda muitos jovens que através das gerações o conheceram e o admiraram, foram esses os jovens, que o conheceram dentro e fora do campo e que no seu funeral choraram a sua morte, junto da familia.
Pela minha parte, aprendi com o Rebocho que o Rugby mais do que um jogo de força, é um jogo de coragem e actitude, de falores e de uma garra que ultrapassa o campo, e que se a consegui adquirir foi graças a ele. Contribuio para a formação do meu, do nosso caractér, e essa é a razão porque nunca será esquecido. Por isto e muito mais, o meu agradecimento é eterno.
A sua dedicação ao clube que foi toda a sua vida a sua segunda casa, onde o poderíamos encontrar diariamente, e cuja formação se deve em muitos pontos ao Rebocho, membro essencial, é demonstrada ao limite pelo facto de, por opção da familia, as suas cinzas terem sido enterradas no campo. Será por isso talvez que, como em vida, ele estará para sempre junto de nós.
Condeno-me duramente por não ter estado com o Rebo durante o ultimo ano. Uma e outra ocupações o impediram, e as promessas do regresso foram procrastinadas até, sem aviso, o Rebocho nos ter deixado. Talvez, com ou sem sentido, seja por isso que o regresso está assegurado. Em sua honra

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?